[HQs] O que você leu / tem lido / está lendo? (encerrado)

Achei um lixo essa série.

Kerouac



Trata-se de um tipo de biografia do escritor Jack Kerouac, que influenciou a juventude dos EUA nos anos 60, no sentido de "colocar a mochila nas costas e botar o pé na estrada sem medo de ser feliz". Há trechos que nos faz refletir e pensar sobre a vida. É uma HQ meio dramática e melancólica, meio filosófica, um romance, expõe a amizade forte que havia entre o protagonista e o seu melhor amigo porra louca. No prefácio foi interessante saber que a escrita o Kerouac fez o seu livro mais famoso On The Road (Pé na estrada) por cerca de três semanas numa tacada só e que o "rolo de papel" do texto do livro foi avaliado em quase 2,5 milhões de dólares em 2004 sendo que ele faleceu com 19 dólares no bolso (1969).

Uma que eu li e uma que tô lendo:


Mônica - Força

Mais um bom trabalho do selo, com ótima arte e história da Bianca Pinheiro. Cada vez mais tá dando vontade de ler Bear. E com um tema tão forte como esse, onde a Mônica pouco pode fazer.
Só acho que o final ficou simples e "feliz" demais. Quem já passou por isso ou conhece quem passou, sabe que dificilmente as coisas se encaminham praquele fim.


Tom Strong - Terror na Terra Obscura

Continua divertida a leitura dessa HQ, ainda como se fosse um desenho da Hanna/Barbera, mas com umas viagens mais científicas e filosóficas.
Os desenhos são muito bons também, apesar de eu preferir o titular do quadrinho.
O único senão é com relação a capa. Tenho que concordar com o cara da Central HQs, ela tá bem poluída. Se essa é a original americana, talvez fosse o caso de termos uma exclusiva nossa.
Enfim, vou continuar pegando essa série. Só espero ter onde guardar.

Arqueiro Verde escreveu:Cada vez mais tá dando vontade de ler Bear.

São quantos volumes? A "série" está terminada?
Estou com essa HQ na minha lista há um bom tempo. Acho que vou pegar agora...

fills escreveu:Lobo Solitário #1



Olha, é bem legal. Mas não entendi (ainda) o motivo de ser tão aclamada assim. Ainda não foi o suficiente pra eu perceber que seja um dos melhores quadrinhos de todos os tempos. Vi nada de espetacular, apesar de ser realmente bem legal. O personagem é cativante e toda a "ambientação" do período Edo do Japão (1603-1868) é bem interessante. É legal demais ver a honra e postura do ronin protagonista Itto Ogami superior a muitos samurais pelos feudos a fora... O ponto negativo pra mim foi a arte nos combates, onde dá pra entender nada, confusa e do mesmo jeito.
Continuarei acompanhando pelo fator histórico e importância da HQ e também por chamar a atenção pelo o que vem pela frente, claro.
Recomendo quem ainda não leu e/ou não tem a coleção abraçar essa oportunidade.

Continue a comprar, os volumes seguintes são ainda melhores. Mas gosto é algo relativo. Eu por exemplo nunca curti Wathcmen, e pra mim é algo chato, mesmo 99% dos leitores da Marvel e DC falando bem da obra, mas é um gosto pessoal meu.

The Wicked + The Divine

A cada 90 anos, aproximadamente, doze deuses reencarnam no corpo de jovens adultos. Eles são carismáticos, perspicazes e atraem grandes multidões. São capazes de levar qualquer um ao êxtase. Há rumores de que podem realizar milagres. Eles salvam vidas, seja metafórica ou concretamente. Eles são amados. Eles são odiados. Eles são incríveis. E em menos de dois anos estarão todos mortos. Isso já aconteceu uma vez. E vai acontecer de novo...

Que HQ malucona! O início achei meio estranho (pra falar a verdade não saquei ainda o lance dos estalos de dedos dos deuses e contagem até 4 deles ), só há dois pontos meio chatinhos que achei na estória, que é uma passagem no metrô e um breve diálogo entre a jornalista e a deusa Lúcifer. No mais, é uma divertida HQ que prendeu a atenção, com pitadas de carnificina (que não achei gratuitas) nuns momentos. Umas cenas são impactantes e o final então, putz, achei bem maneiro! Toda a confusão e intrigas entre os deuses, a postura e caracterização da guardiã dos deuses no panteão e também a declaração dela no final achei bem legal! Recomendo darem uma conferida. Fiquei animado em continuar.

O SOLDADOR SUBAQUÁTICO

Por mais que várias HQs me emocionem, é difícil alguma me fazer chorar. É o caso de um Maus, por exemplo.
O Soldador Subaquático está nesse grupo seleto.
A narrativa do Lemire é perfeita, a história é maravilhosa, e os desenhos são de perder alguns minutos em cada página, só pra aproveitar ao máximo cada traço.

Já tinha lido isso uns 3 anos atrás, mas relendo agora eu só constatei a força dela.
Serve pra lembrar quão foda o Jeff Lemire é no trabalho mais autoral dele, como Sweet Tooth e Essex County (que precisa urgentemente ser publicada por aqui).

Perfeita.

Quase peguei essa Soldador pra ler. Folheei as primeiras páginas e babei. Está na segunda da fila. Acabei pegando Ajin #2 primeiro.

Brancatelli escreveu:Por mais que várias HQs me emocionem, é difícil alguma me fazer chorar. É o caso de um Maus, por exemplo.
O Soldador Subaquático está nesse grupo seleto.

Sim, Lemire é foda demais em coisas autorais. Já havia reparado isso em Sweet Tooth, que chorei ao lê-la kkkkk. E pelo visto em Soldador não será diferente. Ansioso pra ler, mas sem exaltar tanto e sem botar muita expectativa... rs
Foda demais as publicações da Nemo e outras editoras por aí a fora (selo Geektopia, outras)! Finalmente!

Mulher Maravilha: Olhos da Górgona - Boa história, a batalha da MM com a Medusa é muito foda. Já a segunda parte quando entra a LJ eu já não curti, achei tudo muito corrido.

Bear - Volume 1



Sensacional isso! Abri com minha filha, fomos para a rede e daí comecei a ler com ela (pra ela). Ela se divertiu muito chegando ao ponto de gargalhar numas partes. E lá fomos nós virando uma página, outra, outra... perguntei se ela queria parar um pouco – numa parte meio “complexa” e “chata” pra ela percebendo que estava boiando -- e ela não quis. E assim terminamos numa tacada só. Personagens bem divertidos e carismáticos, um urso todo cheio de personalidade e ajudando uma criança, cidade das charadas com uma capivara num dos bares, personagens coloridos... não tem como não dar certo. O interessante é que parece que cada volume será bem auto contido ao ponto de você nem precisar folhear ou “lembrar” da aventura anterior, sendo tais aventuras com início, meio e fim, bem independentes, essa foi a impressão que tive. Mas claro, o objetivo de encontrar os pais da criança continua...

Lavagem



Não tem info na contracapa, não tem prefácio, posfácio, nada. Mas não é à toa. A HQ é bem direta e rápida, em poucos minutos se lê. Mas, depois de lida, não aguentei e voltei apreciando melhor a arte de cada página, o que demorou na verdade um tempo pra soltar a HQ. Shiko é um dos melhores desenhistas brasileiros do ramo sem dúvida. Eu nem vou dizer muito sobre a HQ porque pode acabar sendo spoiler. Só resta dizer que se trata de um terror psicológico e que é brutal, com um roteiro bem simples e direto envolvendo relacionamento conturbado, crença religiosa etc. Então é pegar e começar a ler/conferir... não tem jeito. Recomendo.

Ajin #2



Achei melhor que o primeiro volume. Aqui o “pau quebra” mesmo, tem mais carnificina e ação. O desenvolvimento da estória me agradou mais. Ansioso pro terceiro. Destaque pra uma parte de experimentos sobre um Ajin na qual deixa a gente BEM tenso lendo.
A arte de Ajin é bem legal, sendo um dos destaques. Abaixo em spoiler pra não poluir o post, mas NÃO É spoiler.

Spoiler:

Bestiarius #1



Uma baita surpresa! Citaram esse mangá num comentário de facebook, vi a descrição na banca, me interessei e paguei pra ver. E cara, que foda. Nada épico, nada de outro planeta, mas cumpre MUITO BEM o objetivo de divertir e entreter. Se bem que há coisas "sérias" e interessantes também: mitologia grega e persa, gladiadores lutando por liberdade, dragão, ilha de Creta, Labirinto, lealdade, amizade, consideração, etc. Não tem como dar errado. Duas partes do volume têm estórias semelhantes mas que o autor as junta de um jeito bem legal. A contextualização da estória, ambientação, personagens e relação entre eles, o entendimento de tudo vem naturalmente numa narrativa dinâmica, com ritmo legal. O curioso é que fui informado que o leitor pode parar no volume 3, pois o autor planejou originalmente acabar na 3 e só depois seguiu. E a arte, meu deus que arte! Passei mais de meia hora só revendo os desenhos. Olha isso (sem spoilers, tive até o cuidado de não pegar balões de diálogos de umas partes). Em spoiler só pra encurtar o post mesmo.

Spoiler:

Li agora, a poucos minutos Superman #11. Que mostra o primeiro encontro explosivo entre Jon Kent e Damian Wayne. Muitas brigas e desencontros entres eles, gostei muito. História feita para dar um aperitivo a nova revista "Super Filhos", que vem aí.

Império dos Mortos - Segundo Ato



A arte é bacana mas acho que decai um pouco do meio pro fim, ficando bem padrão, normal. Não se vê muita ação, nem muito sangue, nem guerras entre vampiros e zumbis, mas há bastante confusão "amorosa", conflitos e interesses políticos e de poder. Acho que o George Romero está mesmo fazendo um trabalho diferenciado, fugindo da mesmice no que diz respeito a zumbis/vampiros... bem interessante. A HQ prendeu minha atenção da mesma forma que o primeiro ato. Tentando lembrar algum ponto negativo, que tenha incomodado... não recordo. Mas, não significa que seja uma super foda rs. Acho que vale a pena conferir. Só quero ver como o autor vai desenvolver mais as coisas e que rumo vai tomar.

Papa Capim Noite Branca

Ouvi falar bem mal desse título e eu fiquei com pé atrás para comprar, mas no final, me surpreendeu positivamente. Gosto da arte do Guedes e o roteiro se esforça em fazer uma história de terror misturada com folclore nacional. Curti.

Achei Papa Capim fraquinha mais pro final na verdade. Peguei pesado em dizer a pior MSP até agora, foi injusto admito. A arte do Guedes também gosto e achei bem foda nessa HQ.
...na realidade, pensando bem, a MSP mais fraca que achei foi Bidu (vol.1). Devo passar pra frente e não vou conferir o volume dois tão cedo.

Homem-Animal: Réquiem Para Uma Ave de Rapina

Começo do Tom Veitch na revista. Por mais que algumas críticas digam que é "mais do mesmo" (xamanismo, ativismo animal e os poderes do Buddy dando pau) até que a história é bem interessante, melhor do que aquela loucura toda do Milligan.
O hiponga que acompanha o Homem-Animal começa meio mala, mas depois até simpatizei com ele. E apesar dessa tendência noventista de tudo envolver xamanismo e drogas lisérgicas na Vertigo nos anos 90 - Preacher e Invisíveis que o digam - no caso de um cara que assimila poderes animais, faz mais sentido.


Homem-Animal: O Senhor dos Lobos

Apesar de umas alopragens como Buddy andando pelado com lobos (não chega a ser spoiler, já que é a contracapa do álbum) ainda tá interessante ler essa viagem. O hiponga é cooptado pelos laboratórios STAR pra produzir tecnologia e rola um quadrinho dentro do quadrinho com o Punidor (chega a ser irônico que o Steve Dillon tenha desenhado o Justiceiro depois por tantos anos, sendo esse um de seus trabalhos mais conhecidos).
Ainda sobre o Dillon, o trabalho dele aqui está melhor que seu estilo mais consagrado.


Asilo Arkham: Uma Séria Casa em Um Sério Mundo

Eu gosto do Dave McKean e do Grant Morrison, e sempre ouvi dizer que essa graphic novel era excelente...mas eu simplesmente não gostei dessa história. Desenhos muito confusos e as quebras mostrando a história do Dr. Arkham mais quebram o ritmo da história do que a ajudam.

Spoiler:

Vou fazer uma venda em setembro e essa edição vai ser uma das primeiras que vai.

Depois de reler O Soldador Subaquático, me bateu uma vontade incontrolável de reler também aquela que é uma das melhores HQs que eu li nos últimos anos.



SWEET TOOTH

Em se tratando de HQs autorais, pelo menos atualmente, qualquer quadrinista precisa enfrentar um abismo gigante pra chegar aos pés do Jeff Lemire.

Sweet Tooth é tão perfeitamente redondinha que eu reli as 40 edições numa única respirada essa madrugada, sem nem ver o tempo passar.
Toda a história tem ritmo, sem enrolações. Tudo tem motivo, fica claro que o autor tinha planejada a história inteira desde o primeiro quadrinho. Todas as expectativas criadas satisfazem. É tudo aquilo que Walking Dead e Y The Last Man poderiam ter sido caso fossem mais contidas. Ou talvez não. Como eu disse, existe todo aquele abismo, né.

O ponto alto, na minha opinião, é a forma que os relacionamentos entre os personagens são criados. Eles não são forçados, eles são naturais. Por isso eles são tão especiais. Cada personagem é muito bem construído, de forma que vc se importa com eles. É impossível ficar indiferente a certos acontecimentos.

E os desenhos..
Engraçado ver gente criticando o traço do Lemire, dizendo que ele é desleixado. O traço dele se adequa ao clima que ele quer passar. Se numa hora o traço é mais solto, em outra ele é extremamente detalhado. As imperfeições do desenho refletem as imperfeições dos personagens. O jeito como ele desenha os olhos, principalmente. Ele consegue passar toda a humanidade (ou a falta dela) apenas pelos olhos. Ou pelas marcas nos rostos.

Não sou dos maiores fãs do Lemire escrevendo super-heróis, mas compro de olhos fechados qualquer HQ autoral que ele lançar.
Aliás, relendo agora, dá pra entender pq ele foi escolhido pra escrever o Wolverine velhão. O Jeppard é basicamente uma releitura do Old Man Logan (ou um Frank Castle velhaco, o que é a mesma coisa). Não por acaso, é o único título de super-heróis que ele vem mandando bem.

Pra mim, Sweet Tooth está entre as grandes obras de quadrinhos.
E confesso que, mesmo agora, tendo relido pela 2ª, e morrendo de sono por ter passado a madrugada acordado.. até me bate uma vontade de ler de novo.

Dei mancada em não pegar isso quando saiu 

Asilo Arkham também não desceu, Arqueiro. Uma confusão tremenda e sacrificante chegar ao término da leitura. A minha HQ é aquela da Panini com diagramação (fontes) zuada, isto é, até pra passar ela pra frente vai ser complicado.

...

De novo, Sweet Tooth é incrível, tocante, comovente, xodó da coleção fácil fácil. Vou até depois pegar um "box" no ML pra juntar os volumes colocando-os dentro. Em relação a arte, o Branca disse tudo, é exatamente o que penso, incrível como em poucos traços, com olhos desenhados por "dois pontos e um traço de sobrancelha em cada" por exemplo, tenham tanta expressão. O cara é genial. A fragilidade que o Lemire transmite com traços simples é impressionante.

Aproveitar para indicar três séries aqui que merecem mais atenção:



Spider Woman de Denis Hopeless e Javier Rodrigues

Essa série tem uma abordagem bem autoral e não fosse o elenco da Marvel, poderia facilmente ser uma série da Image. A história de como a Jéssica equilibra a vida de supre-heroína e de mãe e conta com Ben Urich e o infame Porco-Espinho em sua equipe de investigação é tão maluco, mas ao mesmo tempo excelente. O destaque é para a arte do Javier Rodrigues, que cria layouts incríveis.



Dr. Strange and the Sorcerers Supreme de Robbie Thompson e Javier Rodrigues

Mais uma série desenhada pelo Rodrigues e que poderia ser um caça-níquel safado em cima do filme, mas consegue ser interessante mantendo uma identidade própria bem diferente da série do Estranho do Aaron. Aqui o Estranho se junta a uma equipe de Feiticeiros Supremos de diferentes eras, reunidos pelo Merlin, incluindo o Wicano do futuro e o ancião quando ainda era jovem. Tem uma feiticeira Ghost Rider e até uma invocadora brasileira. Bem divertida e mostra mais uma vez que o Thompson é um dos grandes nomes ainda sub-aproveitados da Marvel.



Hawkeye de Kelly THompson e Leonardo Romero

Pra os órfãos da série do Gavião do Fraction, esse série focada na Kate Bishop (um dos melhores novos personagens da Marvel) segue o mesmo ritmo. Só foram duas edições até agora, mas a série está bem divertida.

Não esperava NADA dessa revista da Mulher-Aranha. Agora fiquei com vontade de conferir.

Eu tinha lido Secret Wars mensalmente quando ela foi lançada.
Daí comprei as edições brasileiras, e li de uma vez agora de madrugada.



Lendo assim, numa só tacada, posso dizer sem receio:
Guerras Secretas é a melhor super-saga produzida nos últimos tempos.
E coloco ela entre as mais épicas histórias de super-heróis já escritas, perdendo talvez apenas para Crise nas Infinitas Terras (mas provavelmente nenhuma saga vai chegar ao nível de Crise, então vir em 2º já é um grande feito).

Eu gosto muito de como Guerras Secretas é, no fundo, uma história extremamente simples, em toda sua complexidade. O mundo acabou, e o Destino criou um novo mundo, contendo fragmentos de diversos universos paralelos, no qual ele é Deus. É uma premissa simples, mas que o Hickman consegue desenvolver de modo tão completo e bem amarrado que soa como uma história complexa. Talvez o que veio antes (toda a fase dele nos Vingadores) seja até mais complexo, por conta de ter se estendido por muito mais tempo.
Mas ele, assim como o Destino na história, é o responsável por manter estável todo aquele novo mundo, e consegue fazer isso de um jeito extremamente organizado. Muito legal como tudo se encaminha para uma batalha grandiosa, e cada personagem tem seu momento. O destaque especial que ele dá ao Peter e ao Miles mostra o entendimento que ele tem do universo Marvel e de seus leitores.
E ler tudo assim, sem intervalo, sem respiro, na sequência, também me mostrou o ritmo perfeito da história.

Os desenhos do Ribic não são só lindos demais, mas a narrativa dele também é algo fantástico. Sou fã do cara desde o trabalho dele em Loki, e é legal como ele consegue deixar de lado aquela arte absurdamente detalhada sem perder a qualidade.
Aliás, em alguns momentos, vi muita influência do John Romita Jr no traço dele, especialmente com o Reed.

E por falar no Reed..
Pra mim o mais foda de tudo é que, no final de tudo, o fim do Universo Marvel é uma grande homenagem ao começo do Universo Marvel.
O foco na rivalidade entre o Reed e o Victor - e o destino que ele dá a esses dois personagens - é emocionante. O Quarteto foi o pontapé inicial de tudo, e acaba sendo o ponto final também. E o recomeço. É um jeito de mostrar uma história cíclica, o Quarteto sempre está no começo e no fim, infinitamente.
A saga serve de conclusão para o trabalho do Hickman não só nos Vingadores, mas principalmente no Quarteto Fantástico.

Acho que Guerras Secretas, apesar de dar continuidade ao universo Marvel, também pode tranquilamente ser lida como um final. E é bonito isso, quando falamos de uma história contínua, sem final a vista, que ainda deve se estender por décadas e décadas. Para todo caso, Guerras Secretas pode ser vista como o final de tudo.

Ou não.
Essa é a beleza da coisa.

Também acho que é uma saga MUITO melhor lida numa tacada só. O final realmente dá um tom épico pra história e a torna importante num nível tão grande que ainda pode ser explorado. O Hickman deixou brechas excelentes para serem exploradas, que vai desde o funcionamento do novo universo Marvel quanto de mistérios quanto ao fim do antigo. E não são furos, são aquelas questões que podem ser bem trabalhas ou só ignoradas, sem afetar o que vem pela frente... achei genial como pode ter sido um fim/novo inicio ou simplesmente a continuação do que já existia desde Stan Lee. 

Também não foi o fim do Quarteto como cantou por diversas vezes a "imprensa" ( vulgo Omelete), o tom de "até logo" é nitido e abre outra brecha pra que eles voltem com novas possibilidades. Fora o destaque pro Destino, que é um dos vilões mais bacanas da Marvel. 

Agora fica a expectativa de como a Marvel vai trabalhar em cima dessas coisas que Guerra Secretas deixou. Em Supremos já vimos algumas pinceladas disso.

Estou bem perdido com os digitais pra fazer minhas leituras no tablet. Sou bem desorganizado com leitura digital e tem muita coisa largada pra ler. Coisas como essa Guerras Secretas, Spider Woman (havia pegado uma edição pra conferir), entre outros títulos.

...

Ajin #3



Aqui revela-se um pouco da personalidade do protagonista Kei Nagai e a finalidade de experiências desumanas feitas em Ajins. A pegada e ritmo da série continuam legais e prendendo a atenção.


The God's Lie

Na escola para a qual Natsuru Nanao foi transferido, as garotas o ignoram. Certo dia, ele descobre o segredo de Rio Suzumura, uma colega de sala... Tardes de verão, um festival, um gato branco chamado “Tofu”. O último verão do primário. A aventura secreta dos dois vai começar.

Olha, não julgue por essa sinopse atrás do material e nem pela capa. O início começa meio bobinho -- os personagens são infantis né, dá um desconto -- mas o desenvolvimento da história vai evoluindo de modo que te prende, te toca e emociona. É uma história de volume único e com um roteiro que apesar de simples é bem comovente e falar qualquer detalhe a respeito pode estragar alguma coisa. O que posso dizer é que apesar da capa e sinopse e por envolver umas "simples" crianças, The God's Lie tem uma enxurrada de problemas, covardia, descaso (e mentiras?) da vida adulta (deuses?) que tornam as vidas delas complexas, onde apesar dos pesares, o sentimento, a admiração, a solidariedade, a amizade e o companheirismo são capazes de superar muitos desses obstáculos da vida. Se é para extrair um ponto negativo de The God's Lie, não gostei -- ou não entendi muito bem, lerei até novamente -- das razões da Rio Suzumura fazer o que fez. Mas isso jamais derruba a mensagem e encanto do trabalho da Kaori Ozaki. The God's Lie é singelo, leve, pesado e dramático, tocante, encantador, é um romance que achei bonito demais. Por ser um volume único e custar quinze reais? Recomendo a conferida, que diga-se de passagem o material está lindo e bem acabado. Sugiro a lida numa tacada só.


O Soldador Subaquático



Dessa vez não deixei passar e li nessa madrugada numa tacada só. Porque O Soldador Subaquático você não consegue parar de ler nem deixar pra outro dia ou ocasião. Aliás, sugiro que seja lido assim, tudo de uma vez. Eu não estava lendo com sono nem desatento, mas preciso digerir ainda toda essa "confusão" de reflexões que o Jeff Lemire transmite. É absurdo como o Lemire passa tanta coisa com uma história num cenário de alguns metros quadrados e com meia dúzia de personagens. No final da HQ o Jeff Lemire nos remete a inúmeras reflexões sobre o amor, desentendimentos e lembranças entre pai e filho, onde a narrativa da história sob o ponto de vista do protagonista Jack nos dá um nó na cabeça e logo em seguida me fez soltar um súbido "puta que pariu" coincidindo com um cisco que caiu subitamente nos meus olhos! Essa é uma daquelas HQs que eu gostaria de passar pros meus pais e/ou amigos civis lerem, mas por algumas razões que sabemos (ou não), acaba-se havendo uma certa resistência deles né. Enfim... A obra de arte à parte que são os desenhos do Lemire nem vou comentar...

...o Branca disse tudo já por aqui antes

Smith escreveu: O Hickman deixou brechas excelentes para serem exploradas, que vai desde o funcionamento do novo universo Marvel quanto de mistérios quanto ao fim do antigo. E não são furos, são aquelas questões que podem ser bem trabalhas ou só ignoradas, sem afetar o que vem pela frente...

Ultimates têm explorado demais isso, principalmente as últimas edições.

O problema de Secret Wars é que tudo o que vem depois parece tão... menor. A história é totalmente épica, sendo montada pouco a pouco em Vingadores e no final, poderia ter sido facilmente a última história do Universo Marvel (e até certo ponto, é) e ai temos um All New All Diferente que nunca conseguiu chegar à grandiosidade do que veio antes.

Afinal, como criar uma ameaça maior do que um fim do mundo que foi inevitável?